segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

ISEL em Incumprimento Pedagógico - Avaliações, Taxas de Chumbo e Atrasos nas notas

Devido às elevadas taxas de chumbos de algumas cadeiras, os alunos da comissão coordenadora de LEIC, solicitaram as folhas de desistências aos docentes de modo a poderem calcular as taxas de chumbos de algumas disciplinas, no entanto estas foram-lhes recusadas. Assim sendo, solicitaram o envio dos dados completos da Unidade Curricular – os números de inscritos, alunos aprovados e reprovados.

Segundo informações às quais o ISELeaks teve acesso, a titulo de exemplo, na cadeira de  AVE, a avaliação do  Exame de Época Normal teve que ser elevada para 22 valores, de modo a que fosse possível passarem 9 alunos em vez de 4. Após o Recurso, a taxa total de reprovação foi quase de 80%. O mesmo se verificou com PI (cerca de 83% de chumbos, com apenas 14 aprovados num panorama de 84 alunos inscritos).

Nas disciplinas partilhadas com outros cursos, as notas por vezes são apresentadas em conjunto, sendo a taxa de reprovações diluída.


Infelizmente, estas situações não são incomuns. Em maio de 2015 noticiamos os problemas ocorridos nas avaliações de MM1 (LEM).

Também verificamos que, na avaliação de docentes, as desistências não contam para a taxa de reprovação. Assim sendo, verifica-se um menor número de chumbos e, por consequência, melhor avaliação da UC e do Docente. Por esse motivo, o professor José Manuel Simões de Tecnologia Mecânica I (LEM) continua a coagir alguns alunos a entregar uma "Carta de Desistência". Mesmo depois de termos noticiado esta situação, a respectiva comissão coordenadora não se manifestou. 


Já neste semestre, desta vez Engenharia Electrotécnica (LEE) , na disciplina de AC2, também se verificou, tal como é hábito, um considerável atraso na divulgação do resultados do exame de época normal, excedendo os prazos de definidos pelo regulamento do ISEL. No entanto, a situação teve um desfecho um pouco mais feliz: manteve-se a data do exame de recurso e marcou-se um exame alternativo, permitindo aos alunos escolherem. 


Por sua vez, na Licenciatura em Tecnologias em Gestão Municipal (LTGM) ocorreu uma situação semelhante, porém um pouco mais complexa -  em Fevereiro de 2016, foi realizada uma denuncia ao provedor do estudante do IPL sobre a conduta do professor de Planeamento Regional e Urbano (PRU) e também Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins. Nesta denúncia é dito que o docente deixou de dar aulas uma semana antes da interrupção de Natal e, tendo teste marcado para o dia 6 de Janeiro, não disponibilizou horário de dúvidas. As notas saíram no dia 17 de Janeiro, na véspera do Exame, sem possibilidade de revisão de prova. Tendo em conta que bastam 7,5 valores para passar à componente teórica, a taxa de chumbos foi de 50%. No entanto, de 0 a 20 valores, a nota mais alta foI de 8.5 valores. 
No entanto, tal situação parece não se verificar nas 3 turmas de mestrado leccionadas por este docente.



"Como é lógico, tentamos contactar o engenheiro para mudarmos a data do exame pois não tínhamos tempo para estudar, mas o engenheiro sempre se mostrou indisponível para falar com os seus alunos, tentamos ainda minutos antes do exame falar com o engenheiro, mas este mostrou-se pouco interessado e não tivemos outra escolha se não realizar o exame daquela maneira."
in Denúncia - incumprimento pedagógico

Mesmo após a denuncia, nada mudou: as notas do exame de época Normal foram publicadas no dia do exame de recurso, tendo-se realizado um exame alternativo na passada sexta-feira, dia 26, já muito longe do fim do semestre e em período de inscrições, demonstrando um total desrespeito pelos alunos. O desfecho, era previsível:  a taxa de chumbos foi de 73%. No entanto, a nota mais alta foi de 9.25 valores.

No entanto, segundo fomos informados, tais situações não se verificam nas 3 turmas de mestrado leccionadas pelo docente.*

É de notar que, mais uma vez, muitos alunos irão iniciar o semestre sem terem conhecimento de algumas avaliações do semestre anterior, representando um claro incumprimento do regulamento de avaliação do ISEL, que prevê a publicação das notas até três dias úteis antes do início do semestre seguinte, mas sempre no prazo máximo de quinze dias, após a realização da prova. Tal situação, comum em todos os cursos, também se verificou na cadeira de Estruturas de Engenharia Civil (LEC), onde as notas foram publicadas dia 29 de Fevereiro, quadro dias após o prazo estipulado no calendário lectivo.


 Ao que parece, pelo menos para alguns, os regulamentos, realizados de professores para professores, são violáveis e descartáveis, meras formalidades académicas e burocráticas. 

Afinal, num mundo de tecnocratas, profissionais que não se preocupam com os contratempos dos seus actos, as regras existem para não serem cumpridas. E os alunos são meros números,  contratempos aborrecidos que pagam os seus salários, directa ou indirectamente.
A titulo de curiosidade, deixamos aqui a tabela de Vencimentos para o 1º trimestre de 2016 dos docentes do ensino superior (universitário e politécnico). http://bit.ly/1Ux5Zcz

Os alunos são constantemente estrangulados com regras e prazos. E uma boa pedagogia passa pelos professores cumprirem as regras que exigem. Felizmente, estas excepções não são regra e existem ainda muitos professores de qualidade no ISEL.
No entanto, cabe aos alunos denunciar este tipo de situações e lutar por uma educação mais justa e produtiva, para o bem e para o futuro do ISEL.

*corrigido a 02/03/2016, 1h30




quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Reunião Geral de Alunos (16/2/2015) - Relatório, Atividades e Contas 2015

No primeiro ponto da Reunião Geral de Alunos (acrescentado no inicio da mesma), foi aprovada a divulgação de um abaixo-assinado de acção social escolar, proposto pelo presidente Ricardo Brites em nome pessoal, que aborda o fim do passe escolar, os prazos das bolsas de estudo, a reabertura das cantinas entre outros. 

No entanto, apesar de alguns elementos da assembleia considerarem quem estes assuntos deveriam partir das decisões tomadas nos ENDA (Encontro Nacional de Direcções Associativas) e que existem outros assuntos prioritários no ISEL, a sua divulgação foi aprovada por unanimidade.

Assim sendo, foi decidido que não iria ser tomada nenhuma posição em relação a este assunto. O abaixo-assinado estará disponível para consulta e assinatura na AEISEL.


No segundo ponto teve lugar a discussão e aprovação do  Relatório, Atividades e Contas 2015. Dado que o documento não foi disponibilizado atempadamente (foi enviado para todos os alunos por e-mail apenas 3 horas antes), a mesa da RGA disponibilizou 30 minutos, destinados à leitura do mesmo.

Começando por uma apresentação excessivamente sucinta dos gastos deste mandato, Ricardo Brites, optou por esperar pelas perguntas. Tendo em conta que a AEISEL terminou o ano 2015 com saldo negativo de -17,684€ (que diminui ainda mais, para quase -100.000€, se contarmos com a dívida ao IPDJ), a sua estratégia, como veremos mais à frente, pautou-se por delegar ao Tesoureiro, com quem revela um notório conflito, as responsabilidades e as respostas a questões colocadas a todos os presentes; numa RGA que, para além de muito participada (em questões), foi longa. 

Entre as questões mais polémicas, esteve o evento do dia 24 de Março de 2015 - "Celebração do dia do Estudante com acção de rua e concerto no Largo de Camões", no qual foram gastos pelo menos 566€ para o Aluguer de Equipamentos (Centros de Custo Analítico Acumulado CC.62612), decisão que, segundo os presentes, foi tomada pelo Presidente da AEISEL sem o consentimento dos restantes elementos, alegadamente em reuniões "secretas". Com troca de acusações entre as duas facções da associação, não se conseguiu apurar, quem realmente tem responsabilidade sobre o referido pagamento, pois nem o próprio presidente soube dizer quem, para além dele, autorizou o gasto.

Foi também questionado o aumento de salário de uma das funcionárias da AEISEL, dada a grave situação financeira que esta associação apresenta. Ricardo Brites menosprezou, referindo que o aumento foi apenas de 5%, justificando que a funcionária em questão não tinha aumento salarial há 5 anos.


A gestão da AEISEL foi frequentemente questionada. Em particular no que dizia respeito às contas do Bar do Estudante (Firmino) que, estando concessionado, deu prejuízo à AEISEL (-7.762€). Ricardo Brites limitou-se a passar as questões para o Tesoureiro, que explicou que tal resultado deve-se a várias rendas em atraso e à difícil comunicação com a Neurónio Teórico. Quando confrontados com a questão "Se estão em incumprimento, porque é que não os mandam embora?", não se obteve resposta.

O mesmo se passou com a gráfica/loja da AEISEL, onde foram gastos 27.376€ e os proveitos foram apenas de 6.631€ (resultado: -20,746€). O Presidente da AEISEL foi acusado de usar a gráfica para beneficio partidário (impressão de propaganda política -  panfletos de apoio a campanhas da JCP/PCP e do candidato presidencial Edgar Silva). O mesmo defendeu-se, dizendo que tais acusações eram ataques ideológicos e que a unica propaganda que imprimiu foi para festas da AEISEL. Este aparte acabou por desviar as atenções da questões relacionadas com a gráfica.


Ricardo Brites também acusou o Tesoureiro, João Navarro, de ter tomado a "decisão de dar 1000€ à Estudantina, e depois arrependeu-se". Quando confrontado com tais argumentos, o Presidente acabou por desmentir o que havia dito, pois afinal, o apoio também havia sido assinado por ele.

De referir ainda a questão da dívida ao IPDJ, a ainda direcção da Associação de Estudantes do ISEL, na pessoa de Ricardo Brites, não apresentou vontade de apurar a sua origem. Recordamos que a dívida, que ascende 80.000€, foi contraída de forma bastante duvidosa, tal como foi noticiado pelo ISELeaks e está actualmente a ser paga a 3 anos.


O relatório foi aprovado, com 4 votos contra.
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Consulta aqui o Relatório:

http://bit.ly/1Oi15IX

Nota: verificamos que o documento não está com a melhor qualidade. Assim sendo, solicitamos o envio de um documento com melhor definição.
Contas:
http://bit.ly/1VqaMKV




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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Carta Aberta de João Navarro

"O presidente Ricardo Brites 
chegou a boicotar acções preparadas por mim 
e pela restante estrutura da AE ISEL"

João Navarro, actual Tesoureiro da AEISEL, endereçou uma carta aberta ao ISELeaks. Por considerarmos que se tratam de assuntos de maior relevância e que devem ser divulgados, aqui a publicamos.

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Em primeiro lugar quero agradecer o trabalho que têm feito, através deste jornal, na denúncia de situações verdadeiramente indignas, e porventura ilegais, ocorridas no ISEL. (Considero o vosso trabalho um verdadeiro serviço público e agradeço por isso mesmo.)

Como deverão saber, desempenho atualmente o cargo de Tesoureiro da Direcção da AE ISEL. Embora eu integre os orgãos sociais da estrutura, gostaria de prestar um esclarecimento não enquanto AE ISEL mas a título individual. Não tendo outro meio de comunicar com todos os alunos do ISEL, decidi redigir esta carta aberta que peço que publiquem.

Considerando aquilo que foi por vós publicado anteriormente, acredito que tenham já tido conhecimento, de alguma forma, das divergências ocorridas, ao longo de todo o mandato, entre mim e o atual presidente da AE ISEL Ricardo Brites. Embora eu e a maioria dos colegas que atualmente constituem a Associação de Estudantes tenhamos integrado este projeto para melhorar a AE ISEL e trabalhar de forma construtiva em prol dos seus estudantes, querendo romper com um longo ciclo de inércia e dinamizar novas atividades, foi-se tornando claro, a partir do primeiro dia, que o colega Ricardo Brites não integrou este projeto com o mesmo objetivo que nós.

Como se foi tornando bastante claro também, o presidente da AE ISEL está ligado a uma juventude partidária, neste caso a JCP. À revelia da restante estrutura, o seu trabalho sempre foi desenvolvido no sentido de promover o seu partido e de se beneficiar dessa forma. Entre murais mal desenhados e com gralhas que acredito que não orgulhem nenhum iseliano, a cartazes alusivos a esse partido político espalhados pelas entradas do ISEL, o comportamento irresponsável do atual presidente estendeu-se até além disso.

É importante os alunos saberem e gostaria de deixar aqui claro, que o presidente Ricardo Brites chegou a boicotar acções preparadas por mim e pela restante estrutura da AE ISEL por terem, de acordo com o próprio, um fundamento empreendedor. Refiro-me em particular a uma atividade que visava dar oportunidade aos nossos alunos de realizar estágios remunerados no estrangeiro. Este tipo de atitude sempre me pareceu a mim algo completamente injustificável, fazendo sentido apenas para alguém demasiado comprometido com interesses políticos e que se juntou à AE ISEL com motivos politico-partidários, descartando o real interesse dos estudantes do ISEL.

De forma igualmente injustificável, o presidente Brites sempre boicotou a subscrição da AE ISEL como membro da Federação Académica do IPL (FAIPL), impedindo que a discussão deste assunto fosse levada a Reunião Geral de Alunos. Ora, se estatutariamente a FAIPL representa todos os estudantes do IPL, incluindo os do ISEL, sempre me pareceu importante a participação activa da AE ISEL nessa estrutura. Infelizmente, uma vez mais, as motivações partidárias que o colega Ricardo Brites trouxe para a AE ISEL mostraram-se lesivas, sendo hoje o ISEL a única escola do IPL cuja AE não integra a FAIPL e tendo sido deixada a outros a discussão sobre temas estruturantes do IPL que influenciam a vida dos alunos do ISEL.

Demarco-me assim, uma vez mais, publicamente, de qualquer posição partidarista e tendenciosa assumida por outros. Acredito genuinamente que, nos últimos anos, as ligações existentes entre a AE ISEL e partidos políticos têm bloqueado esta Associação, tornando-a inerte e impedindo-a de crescer plenamente. Tenho a certeza de que se vive hoje uma fase absolutamente essencial na definição de um caminho a dar a esta Associação. Chegou a altura de pintar novamente o mural de branco e reerguer com ambição, responsabilidade e isenção, uma AE ISEL feita por estudantes e para estudantes.
Cumprimentos,

João Neves Navarro

NOTÍCIA - Renovação da Imagem do ISEL


No passado mês de Dezembro, o ISEL celebrou um contrato com a Identidade Singular, LDA , com um montante global de 25.800,48 €, para aquisição de serviços de comunicação visual e design, com o objetivo de “consolidação da imagem e da identidade corporativa do instituto”. 

Neste contrato está prevista a modernização da identidade de marca, com  o desenvolvimento de sub-logos para as áreas departamentais do ISEL, banco de imagens e outros elementos acessórios, renovação da comunicação institucional (brochura institucional e monofolhas) e ainda intervenção espacial no ISEL - no espaço “Aqui estuda-se”, com o objetivo de “criar zonas de estudo para usufruto dos estudantes com cesso às condições básicas para tal”, através de decoração de paredes e personalização do mobiliário existente.

NOTÍCIA - Aumento do peso das despesas das familias no ensino superior


Portugal alcançou um recorde pela negativa e chega ao último lugar nos sistemas educativos apresentados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Portugal apresenta a taxa mais alta da União Europeia (45,7%) no que toca à despesa dos privados com o Ensino Superior. 

Dos quase 46% de gastos com a frequência dos jovens nas universidades e politécnicos, 35% foi suportado pelas famílias.  De acordo com estes dados, apresentados no boletim Education at a Glance, divulgado em Dezembro, acompanha Portugal neste pódio a Hungria (45.6%) e, para espanto de todos, o Reino Unido (43.1%). A juntar aos países da União Europeia, destaca-se o Japão, com uma taxa de endividamento de 67.7%, o Chile, de 65,4% e os Estados unidos, com 62.2%. 

Este aumento da contribuição privada é, sobretudo, alimentado pelas famílias, o que é, de resto, comum aos 46 países analisados. No que toca a Portugal, 35% dos 46% é suportado pelas famílias, sendo que a média deste valor na UE foi de 14% e na OCDE de 21.7%.

Os dados relativos às despesas na educação neste relatório datam de 2012 e dão conta, sobretudo, do impacto da crise económica no sector. Mas também de situações anteriores e que se mantêm.

OPINIÃO - Perigo Público

Não nos iludemos: àqueles que verbalizam o seu amor pela Democracia de forma tão emocionada; é de esperar que, ou se trate de um ditador prestes a ser executado, ou seja um parolo em campanha. Bernardo Barbosa, o novo príncipe do antigo regime da AEISEL, teve voz firme na última RGA. Não, não foi por causa da dívida. Não, também não foi por causa do gabinete de emprego da AEISEL, que não funciona, nem sequer pelos preços das folhas de ponto. 

O principezinho de Hugo Carvalho, não saiu da sua narrativa: ordem dos trabalhos da AEISEL. Do eventual candidato à direcção da associação de estudantes, não se ouviu um pedido de esclarecimentos à direcção, nem sequer um reparo; só críticas à presidência da Reunião Geral de Alunos, por uma alegada incorrecção na ordem dos trabalhos. Ficamos a saber que Bernardo Barbosa sofre da obsessão de querer que as assembleias gerais corram como planeava que corressem, mas ficamos por aqui.

 O seu desinteresse pelos assuntos urgentes da AEISEL, evidenciam o que realmente lhe importa: afinal, tinha todo o seu quorum, que era composto pelo cacic do seu camarada confuso, Hugo Carvalho, e até fazia questão de apoiar o pobre Ricardo Brites. Porventura, podemos aferir que o seu programa eleitoral serão as ordens do ex-presidente da associação de estudantes, que se esqueceu dos seus bons costumes de bolso, quando tentou concessionar espaços por quase uma década. Repito: a pouco mais de um mês de campanha, Bernardo Barbosa não apresenta alternativas, não apresenta opiniões diferentes, não apresenta manifestações de vontade; só o vazio, que é o consentimento da ideologia da sua base eleitoral. Bernardo Barbosa não ama da democracia, abomina-a e usa as emoções como arma retórica, que certamente funciona nas campanhas do PSD e da JSD. 

O melhor exemplo disso, foi a sua condescendência perante a violência de Hugo Carvalho, que se gerou na Reunião Geral de Alunos, após a troca de argumentos entre este, e o actual Tesoureiro da AEISEL, João Navarro. Não foi apenas o vocabulário impróprio para o contexto, mas principalmente os traços físicos de quem estava prestes a agredir e teve de ser controlado e levado pelas pessoas por quem se fazia acompanhar

Esta atitude não mereceu uma única crítica por parte do exemplar moralista Bernardo Barbosa, que defendeu acerrimamente o delinquente que havia acabado de ter de ser levado à força, enquanto entoava insultos e palavras soltas que não reproduzirei aqui, perante uma proposta que impediria Hugo Carvalho de voltar a entrar naquela sessão. De resto, demonstra o desconforto e medo que existe face à possibilidade de a dívida ser auditada e a subserviência do retórico da ordem dos trabalhos.

 À parte das birras e gritarias, surge uma esperança para a AEISEL: o afastamento de Ricardo Brites. No início da sessão, João Navarro, quem lidera a facção anti-Brites, proferiu um discurso que transpareceu que as divisões na AEISEL já não são apenas entre o Presidente e o Tesoureiro, tal como havíamos noticiado há meses – É transversal a toda a estrutura.  As eleições aproximam-se e a apresentação do relatório e contas será da maior relevância para sabermos mais da associação que nos representa cá dentro, e lá fora; que nos pode ajudar no primeiro estágio; no primeiro emprego; na cultura e no desporto. A afluência e a participação é importante, é urgente que todos tomemos a palavra e decidamos. GF

ED14 - Editorial - “Demokratus!” disse o tacho


Bernardo Barbosa, durante a reunião geral de alunos, num comum delírio saudosista  romantizado, dizia “Eu amo a democracia”. Esta pequeno conjunto de palavras, aparentemente desprovida de valor, fez-me lembrar um conceito que absorvi há já algum tempo, desde que comecei a lidar com associações da área da Juventude: os pseudo-tecnocratas, uma nova categoria de políticos que prima pela visão amoral dos sistemas sociais e económicos, onde a palavra passou a ser retórica e manipulação.

Não é segredo nenhum de que a trajectória de muitos que trabalham em associações passa ou termina na politica das instituições e dos partidos – em particular nas associações de estudantes, que são o trampolim acessível de muitos dos que lá passam. E isto leva-me a questionar as intenções – quando Bernardo Barbosa foi convidado para pertencer a uma lista para a AEISEL, exigiu encabeça-la. Tal ato daria uma boa análise sobre os dois tipos de política: politica com “p” minúsculo – de partidos, a mais fácil – e politica com “P” maiúsculo – a cidadania, o voluntariado, a participação activa na comunidade.

Para o objectivo de uma associação de estudantes, a política prioritária deveria ser a segunda. Mas tal requer tempo, maturidade e acima de tudo responsabilidade, sem egos e sem jogos de poder – algo que nunca se viu nas ultimas direcções da AEISEL, em particular nas do também ex-autarca Frederico Saraiva (até 2010), João Assunção (até 2014) e Hugo de Carvalho (2012 a 2014), onde o bem da AEISEL e dos estudantes nunca foi prioridade. Esta sede de poder que nunca se separou do partidarismo e dos benefícios pessoais deixou pontas soltas, sendo por isso necessário um novo representante para apagar o rasto - Bernardo Barbosa.

Com isto, não quero dizer que censuro quem pertence a um partido. O que me repugna aqui são os ninhos de ratos, os que praticam a politica dos amiguismos, que não chega às pessoas e não resolve os problemas, cheia de discursos inflamados entre egos, jogos sujos e de desprezíveis “Yes, man” – dizer sim porque lhes foi imposto, sem pensar, sem debater, sem questionar.

Todos estes exemplos foram perceptíveis na última Reunião Geral de Alunos – mediante o confronto, um violento Hugo de Carvalho enraivecido quase que foi arrastado para fora da sala. Para alguém que diz que ama a democracia e a política, Bernardo devia usa-la sempre e não apenas quando lhe convém: deveria ter chamado Hugo Campos de Carvalho à razão, em vez de ignorar que “a ignorância ou má interpretação da lei não justifica a falta do seu cumprimento”  e tentar impedir a expulsão  e impedição de votar de Hugo Campos de Carvalho, depois deste perturbar o bom funcionamento dos órgãos democráticos; em vez de vomitar correções de minudências e discursos demagógicos repletos de tiques partidários – subtis ataques a este jornal e a outras pessoas, poderia debater, discutir. Admito que até concordei e apoiei algumas dessas correções – meras minudências, alusivas ao calendário eleitoral. Afinal, é necessário saber dar razão a quem a tem. Quanto a ideias e opiniões mais elaboradas, parece não ser capaz de as ter por vontade própria – limita-se a fazer o que lhe mandam, arremessando o que lhe pedem.



O candidato a presidente que se autonomeou, mais uma vez apelando às emoções, dizia também que se sentia magoado por ver o que ele considerava serem afrontas à democracia. Desta vez, neste jornal foi-me difícil fazer humor com isto: para quem já está na direção de uma juventude partidária de um grande concelho, ganhar uma AE é um salto para as federações, instituições, autarquias e assembleias – para quem tem más intenções, basta não ter escrúpulos e conhecer os atalhos políticos. Aqui, o que me magoa mais é saber que esta corja um dia poderá tomar decisões por muitos de nós; é saber que existem tantas pessoas como o Bernardo – aspirantes a políticos profissionais, pseudo-tecnocratas que apenas aspiram o poder. E isto magoa-me ainda mais, pois a existência de Bernardo Barbosa é uma afronta à democracia, à cidadania e ao futuro da AEISEL. IB


AGENDA.


Calendário Eleitoral
AEISEL

 - 29 de Fev. -
Entrega e Verificação das
 Listas
- 1 e 2 de Março - 
Retificação das Listas
- 3 de Março - 
Afixação das Listas
- 7 a 15 de Março - 
Campanha Eleitoral

- 16 de Março - 
Dia de Reflexão

17 de Março - Eleições