Um ano de mandato, espaços perdidos, dividas, conflitos e outras gorduras que aterrorizam uma direcção que já nasceu torta. Quanto tempo demorarão a destruir o pouco que existe?
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Recentemente, em comunicado da Presidência do ISEL, foi anunciado o encerramento das concessões que a AEISEL dispunha: O bar do estudante e a sala 13 do “Ágora Cafés”. Antes, já havia sido encerrada a Pizzaria, também do “Ágora Cafés”. O cerne da questão não está na clara guerra que a AEISEL, nomeadamente o seu presidente Ricardo Brites, inaugurou com a presidência do ISEL: está, antes, numa associação de estudantes que se degradou a tal ponto, que deixou de ter sustento para pagar os salários dos seus funcionários, numa clara demonstração de inadaptação e impreparação do pequeno grupo da Juventude Comunista que ocupa os órgãos sociais da AEISEL.
No início do seu mandato, Ricardo Brites, um militante comunista assumido, à procura de queijo de borla, nunca teve medo de ostentar cartazes de manifestações apoiadas e lideradas pelo PCP – violando o apartidarismo que dizia defender; nunca tendo, por outro lado, feito qualquer esclarecimento aos estudantes sobre a situação que estaria prestes a acontecer neste semestre. A par disso – da defesa e o esclarecimento dos estudantes não ter sido a prioridade –, o ISELeaks recebia, através de uma fonte que não iremos identificar, informações sobre o estado gritante da AEISEL, enquanto associação, das suas infraestruturas e do próprio colapso iminente dos seus órgãos sociais.
Tal como já havia sido noticiado no final do semestre passado, a AEISEL arrastava uma dívida ao IPDJ – Instituto Português do Desporto e da Juventude desde 2007, que ascendia aos 80.000€, a qual seria impagável na configuração financeira em que se encontrava. Recentemente, o ISELeaks apurou que as finanças contactaram a AEISEL de forma a propôr um pagamento faseado da referida dívida, de origem e legalidade extremamente duvidosa, a 1500€ por mês.
Ora, na situação actual – sem rendas derivadas das duas concessões que ainda detinha –, com salários para pagar, dívidas à segurança social e dívidas a tantos outros fornecedores, como a SuperBock, não só o cumprimento desta proposta, como o futuro do ISEL não se vislumbram.
Salientemos a divida à ADESL - Associação Desportiva do Ensino Superior de Lisboa. Para além de já termos perdido dois espaços de convívio essenciais, esta dívida põe em risco todas as Actividades Desportivas da AEISEL para o próximo ano, podendo impedir os estudantes de participar em qualquer campeonato universitário.
É de relembrar o descalabro que já por aí vinha: a TIRAQUI, o antigo centro de cópias do ISEL, abandonou a concessão da AEISEL por rendas em atraso (1000€ + IVA/mês). A COPISEL não segue por um caminho diferente. Com o desaparecimento da TIRAQUI, desapareceu também a papelaria do ISEL.
Depois, seguiu-se o desaparecimento da Pizzaria, que em tantos meses, nunca voltou a ser concessionada, muito possivelmente por incapacidade, pois um espaço numa instituição de ensino superior sempre foi apetecível para qualquer empresa.
Alegadamente, o Bar do Estudante (Firmino), um espaço muito movimentado, já não pagava renda há diversos meses, e eles, por medo ou apatia, deixaram-no ficar. A Sala 13, necessitava de obras urgentemente pois chovia lá dentro. Mas nada foi feito. A tentativa de negociar com o espaço de forma a baixar a renda, deixa patente o desespero que habita o pavilhão do estudante. Segundo o comunicado emitido pela direcção do ISEL, depois de várias queixas, a Sala 13 foi alvo de uma inspeção da ASAE, mas a sua atividade não foi suspensa. “A suspensão de atividade foi assim uma decisão do concessionário.”
No âmbito destes 2 espaços, seguem-se ainda as dividas ao ISEL: segundo o mesmo comunicado, o “Ágora e a AE são devedores ao ISEL de quantias avultadas, resultantes do consumo de água, eletricidade e gás, que desde 2012 não são pagas.”. O mesmo acontecia com o Bar do Estudante.
Esta gestão danosa, resultou no fim da parceria com a Caixa Geral de Depósitos: afinal, era como queimar dinheiro.
Estas acções de uma AE apática, são o reflexo da sua própria desorganização: como é do conhecimento de muitos, o Vice-Presidente saiu ao fim de 2 meses. As disputas entre o Tesoureiro e o Presidente são constantes.
Para além da péssima gestão, é de notar a destruição física: segundo um denunciante anónimo, alguns membros da associação “decidiram por bem, fazer graffitis nos armários da AE” e ainda se dignificam mais, ao fumar dentro do edifício, sem qualquer cuidado ou respeito.
Em poucos meses, conseguiram destruir meios e propriedade, que levaram anos a construir. E, segundo a última Reunião Geral de Alunos, esta AE que não representa os estudantes, que se recusa a comunicar com eles (sem ser para os convidar para festas) e nem sequer responde aos e-mails, quer mudar os Estatutos da AEISEL, no dia 8 de Outubro, talvez para a destruir ainda mais.
Por enquanto, até que a AEISEL não esclareça os estudantes, continuaremos a não saber que futuro terá uma instituição que nos representa no ISEL e fora. Quanto ao financiamento futuro, resta-nos as festas sazonais e pouco mais, e isso não será suficiente para sustentar o pouco que ainda existe. IB/GF