quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

PONTO-A-PONTO: AEISEL: O Eterno Retorno

- O passado, o presente e um possível futuro -
o regresso da mão por detrás dos arbustos, a face oculta 
de uma AEISEL corrompida e enevoada por negócios
 feitos no limite de mandatos e da Lei

(clique na imagem para ampliar)

No fim do mandato de transição, ultimam-se os preparativos para o eterno retorno dos mesmos de sempre, dos que sempre estiveram presentes e ao mesmo tempo ausentes.Regressam agora, como um criminoso regressa ao local do crime.

o meio desta embrulhada, para além de Carlos Quadrado, temos mais um elemento constante: João Pedro Assunção -  um dos históricos membros da JSD que há muito tempo move a sua influência na Associação de Estudantes do ISEL e no próprio ISEL. Apesar de nunca ter ocupado a presidência da Associação,a sua participação ativa na mesma começou pelo menos em 2005 e estendeu-se até 2014, coincidindo com o período mais negro e de maior empobrecimento da associação.

Ao longo de uma década,  foi a mão por trás dos arbustos da AEISEL:  era o elo de ligação entre o ISEL, PSD e AEISEL – esteve na AEISEL ao lado de João Curado SilveirinhaDécio Santos, Frederico Saraiva e, para terminar  Hugo Campos de Carvalho;  foi membro do conselho de Supervisão do ISEL de 2010 a 2014, sob a alçada de Carlos Quadrado,  à data presidente do ISEL. De 2008 a 2010, esteve numa comissão politica do PSD do núcleo de Alverca do Ribatejo, ao lado de Frederico Saraiva (à data presidente da AEISEL e AAL)  e Gonçalo Xufre (à data vice-presidente doISEL e presidente do PSD de Alverca).
Segundo um denunciante anónimo, João Pedro Assunção, quando pertencia aos corpos sociais da AEISEL, tinha muito poder devido às informações que detinha sobre Carlos Quadrado.

“Recordo-me de ouvir o Assunção a falar num tom acalorado com o Quadrado em relação a uma certa intransigência por parte do ISEL em relação à entrada de veículos no ISEL para serviço à AEISEL”,  chegando a dizer “Se eu abro a boca tu não sabes onde te metes”.

Refere também que, no mesmo período, houve documentação que a AEISEL tinha em arquivo em papel que foi destruída após um almoço da Associação de Estudantes no dia 27 de Julho de 2012.

Em 2014, perto do fim do mandato de Hugo Campos de Carvalho, prolongado devido à denúncia de decisões anti-estatutárias da sua direcção, à beira de eleições, os membros históricos da AEISEL anunciavam o seu afastamento, o que permitiu a Ricardo Prista Brites ser eleito. No entanto, sob a vice-presidência de João Assunção, não abandonaram os cargos sem antes liquidarem o futuro mandato da AEISEL: em Setembro de 2014, o Bar do Estudante deixou de ser explorado pela associação, tendo esta facultado a concessão por 7 anos à Neurónio Teórico de Paulo Dinis, com uma renda contratual muito abaixo das receitas conseguidas enquanto a AE fazia a exploração do bar. Ou seja, o bar do estudante passou a ser concessionado pela Neurónio Teórico, que por sua vez está concessionada à AEISEL. Já no novo mandato da associação de estudantes, a sua direcção foi questionada pela presidência do ISEL no que toca ao prazo de arrendamento: A presidência não aceita prazos de concessões superiores ao seu mandato, ou seja, 4 anos e, como tal, teriam de ser acordadas novas datas. Assim foi, e a concessão do sub-concessionamento do bar do estudante passou a vigorar por 3 anos + 1.

No entanto, desta vez à sombra de uma nova cara e uma nova reputação. Desta vez, Bernardo Barbosa, vice-presidente da JSD de Loures, é o rosto de quem não quer dar a cara por todos estes contratos, por todo este historial e pelas razões que os levam a querer, de novo, regressar à AEISEL. A par disso, o ISELeaks sabe que João Calado, docente no ISEL e candidato derrotado por Elmano Margato na corrida àpresidência do ISEL, conta com o apoio de Bernardo Barbosa que, estando naAEISEL, espera assegurar a eleição do camarada do PSD de Loures.

Com o aproximar da nova época de eleições para a Associação de Estudantes, João Assunção parece estar de volta ao ISEL. Segundo um outro denunciante, tem sido visto a “falar com as funcionárias da AEISEL”, Joana Rangel e Maria João, ao que parece para obter informações sigilosas do foro bancário, fiscal e administrativo da Associação de Estudantes. Tem também, alegadamente,  entrado em contacto com os devedores da AEISEL , nomeadamente  com Paulo Dinis da Neurónio Teórico. Segundo a mesma fonte, a Neurónio Teórico deve à Associação e ao ISEL montantes acima dos 20.000,00€ e tem atrasado os seus pagamentos, empurrando a Associação para uma situação delicada em termos financeiros.  
Este contrato está a comprometer seriamente os encargos que a AEISEL tem para com os seus credores, como a dívida ao IPDJ - no valor de cerca de 80 mil euros, que está em execução com uma renda mensal, depois da direcção de Hugo Campos de Carvalho e João Asunção ter deixado funções.

O ISELeaks sabe que a AEISEL está em sério risco de incumprimento, o que pode levar a acções como penhoras, ou mesmo o bloqueamento das contas bancárias.
A carteira de contactos de João Assunção estende-se até aos advogados que deveriam representar e defender a AEISEL - segundo a mesma fonte, consta que Assunção tem ligações pessoais à firma Barreiros&Associados,  uma das firmas de advocacia mais caras do país e com quem assinou  um avultado contrato de prestação de serviços enquanto era ainda dirigente da AEISEL. No entanto, o ISELeaks não conseguiu averiguar esta situação.
Os contactos realizados e a carteira de personalidades ao dispôr de João Assunção, tal como Hugo Carvalho, levam a crer que pretende pôr agora em prática a tentativa de retomar mais uma vez o controlo da AEISEL, directa, ou indirectamente.

A par desta aspirante a AE com uma aparente cara lavada, temos a presença do professor João Calado, militante do PSD de Loures, que nas últimas eleições para o ISEL, já havia concorrido contra o presidente cessante Elmano Margato e que agora surge como possivel candidado, de mãos dadas com a alternativa que Hugo Campos de Carvalho, João Assunção, Frederico Saraiva e Bernardo Barbosa querem apresentar. Este último, Bernardo Barbosa, vice-presidente da JSD de Loures, é o rosto de quem não quer dar a cara por todos estes contratos, por todo este historial e pelas razões que os levam a querer, de novo, regressar à AEISEL.

Estes presentes envenenados foram deixados para o que podemos chamar de um “mandato de transição”– os movimentos de declarações de Ricardo Brites, militante da JCP, anteviam uma AEISEL irresponsável e sem capacidade para lidar com burocracias. A tomada de posse foi excessivamente demorada - sem esquecer a suspeita demora na entrega das passwords da AEISEL, sem que houvesse a mínima reclamação por parte de Ricardo Brites: antevia-se já todo o laxismo presente no seu mandato. Para Ricardo Brites, era apenas as instituições a funcionarem.

A começar pela fraca figura que sempre apresentou, o militante da JCP que por acaso também era Presidente da AEISEL, pautou todo o seu mandato pela promoção da organização partidária que representa: desde panfletos para manifestações, aos buzinões à porta do ISEL, a Associação de estudantes esteve, durante um ano, governada pela Juventude Comunista Portuguesa. Se bem que pareceu durante muito tempo que na AEISEL havia um “consenso de esquerda” no seio da direcção, depressa o ISELeaks recebia informação das divisões entre Ricardo Prista Brites e João Navarro, o tesoureiro: as constantes assumpções políticas, manifestamente partidarístas, tomadas publicamente sem o aval, ou sequer do conhecimento, dos restantes membros, tornaram inevitável a ruptura que se mostra cada vez mais insanável no seio da AEISEL.

Segundo uma fonte a que o ISELeaks teve acesso, Ricardo Brites promovia-se orgulhosamente só, actuando quase isolado na promoção de manifestações, na pintura de grafittis, na alienação do material da Associação, entre outros meios de propaganda comunista”.

 A mesma fonte, assegura também, que o Presidente Ricardo Brites, chegou a boicotar acções preparadas pelos restantes membros da sua direcção, com vista a promover o emprego e estágios profissionais em “empresas multinacionais”.
Até na subscrição como membro da Federação Académica do IPL, a FAIPL, houve discórdia: ainda que a maioria dos membros dos órgãos sociais estivessem de acordo na entrada para essa federação - que tem como objectivo ser representativa dos estudantes do IPL -, Ricardo Brites insurgiu-se com um argumento curioso, mas não estranho. Para o Presidente, subscrever à Federação Académica do IPL era compactuar com um “modelo semelhante ao da união Europeia.

Finalmente, a relação com a Presidência do ISEL: para Ricardo Brites, a hostilidade foi sempre a única linguagem que conheceu para dialogar e lidar com os membros da Presidência do ISEL e as suas decisões. Segundo fonte próxima da AEISEL, secundarizou o bem-estar dos estudantes, para hostilizar o órgão de governo do ISEL, causando um “mal-estar entre os colegas dirigentes que sempre defenderam que [a relação com o ISEL] deveria ser assente numa base de diálogo na construção de uma relação de trabalho com vista ao beneficio de todos os estudantes do ISEL”.

A mesma fonte, indica que muita da hostilidade proveniente de Ricardo Brites teve em vista legitimar fretes políticos à Juventude Comunista, a quem presta vassalagem, segundo a mesma fonte, dando o exemplo da organização do buzinão por mais salas de estudo, tendo-o realizado mesmo com o manifesto desacordo com os seus pares. O ainda Presidente da AEISEL, pautou todo o seu mandato pela procura insanável de servir-se do estatuto da Presidente da AEISEL, por forma a obter benefícios partidários, tanto na JCP, como no PCP. Certo é que o pequeno vassalo apenas conseguiu uma coisa: tornar unânime o seu descrédito e de toda a comunidade do ISEL.

O presidente da AEISEL, nunca o foi e terminará o seu mandato em breve com um mandato vazio de conteúdo, ou de conquistas, mas cheio de críticas. Este mandato, previsivel por muitos, não passou de um ano de transição – um período de pausa fatal, até aos retorno dos lobos que antes a dominavam. 

outros artigos relacionados desta edição:
OPINIÃO - Amnésia e outras demências - resposta a Hugo Campos de Carvalho, ex-presidente da AEISEL

OPINIÃO - Dom Quixote não morreu - o conto do ISEL - Dom Quadrado, escudeiro Calado e os seus vassalos laranjas



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