quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Opinião - Dom Quixote não morreu

Em meados do século XVII, Miguel de Cervantes y Saavedra contava a história de Dom Quixote de La Mancha , um cavaleiro louco que, vestindo uma velha armadura dos seus ancestrais, assume a missão de salvar e proteger os fracos e oprimidos, donzelas em perigo e tantos outros injustiçados. Qualquer cavaleiro digno dessa nome necessita de um fiel escudeiro, por isso, convidou o seu amigo Sancho Pança, prometendo-lhe o governo de uma ilha.

 No ISEL, o conto não é muito diferente – depois do discurso astuto, feroz e populista de Elmano Margato na apresentação de candidatura, a sua vitória tornou-se previsível. Afinal, o espetáculo de “homem do povo” é um tiro vencedor. No entanto, é impossível não nos questionarmos sobre quem quis que Margato fosse para outros mares ou, por palavras suas, quem o levou a “meter o nariz” no IPL. 

Na nossa casa temos também um eterno Dom Quixote - Carlos Quadrado, cavaleiro engenhoso, cuja missão é salvar as donzelas do desemprego. Escusado será dizer que, agora, o seu fiel escudeiro é nada mais nada menos do que o professor João Calado

O nosso Dom Quixote, um brilhante lunático, sempre procurou conquistar e controlar o mundo que o rodeia – à beira do fim de mandato de partida para o ISEP, deixou os canhões armados e as donzelas empregadas com nomeações estratégicas e tantas outras armadilhas, tal como marionetas em agências nacionais e outras sociedades discretas. Ao contrário do D. Quixote de Miguel de Cervantes, o seu escudeiro não o tenta chamar à realidade e talvez nem se preocupe com o estrago; escolhe seguir o sonho desastroso de Quadrado. Agora, depois da saída de Elmano, quererá homenagear o seu patrão e vestir a sua velha armadura, prolongado uma realidade que se antevê catastrófica. Para já, Quixote não pretende voltar a terras ISELianas – esse caminho já foi demasiado perturbado, tem pedras no caminho. Mas talvez faça parte dos seus planos facilitar alguns truques e parcerias. Afinal, trata-se do seu fiel escudeiro. 

Tal como Quadrado não vingou sozinho, o mero escudeiro pouco carismático também não o irá conseguir. Para tal, necessita de alguns vassalos, de preferência da sua cor partidária – da mesma linhagem dos que ajudaram o seu mestre. Não foi ao acaso que Quadrado foi eleito : apenas os seus súbditos da AEISEL poderiam levar a centenas de votos dos alunos. Os parceiros já tem: o eterno João Assunção – um companheiro já ferido, presente no período mais negro da AEISEL, desde 2005 -, Hugo Campos de Carvalho - um vassalo de Assunção, um pobre de espírito que julga ter sido rei - e Bernardo Barbosa, um recente aprendiz, sob a mão simpática dos ilustres mestres da Juventude Laranja. 

Apenas assim o escudeiro terá o seu prometido governo de uma ilha. Cabe a nós impedir que as labaredas laranjas, sem escrúpulos e desprovidas de valores, voltem a cair pelo ISEL. .IB

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