No
fim do mandato de transição, ultimam-se os preparativos para o eterno retorno
dos mesmos de sempre, dos que sempre estiveram presentes e ao mesmo tempo
ausentes.Regressam agora, como um criminoso regressa ao local do crime.
o meio desta embrulhada, para
além de Carlos Quadrado, temos mais um elemento constante: João Pedro Assunção - um dos históricos
membros da JSD que há muito tempo move a sua influência na Associação de
Estudantes do ISEL e no próprio ISEL. Apesar de nunca ter ocupado a presidência
da Associação,a sua participação ativa na mesma começou pelo menos em 2005 e
estendeu-se até 2014, coincidindo com o período mais negro e de maior
empobrecimento da associação.
Segundo um denunciante
anónimo, João Pedro Assunção, quando pertencia aos corpos sociais da AEISEL,
tinha muito poder devido às informações que detinha sobre Carlos Quadrado.
“Recordo-me de ouvir o Assunção a falar num tom acalorado com o Quadrado em relação a uma certa intransigência por
parte do ISEL em relação à entrada de veículos no ISEL para serviço à
AEISEL”, chegando a dizer “Se eu abro a boca tu não
sabes onde te metes”.
Refere também que, no mesmo período,
houve documentação que a AEISEL tinha em arquivo em papel que foi destruída
após um almoço da Associação de Estudantes no dia 27 de Julho de 2012.
Em 2014, perto do fim do mandato de
Hugo Campos de Carvalho, prolongado devido à denúncia de decisões
anti-estatutárias da sua direcção, à beira de eleições, os membros históricos
da AEISEL anunciavam o seu afastamento, o que permitiu a Ricardo Prista Brites
ser eleito. No entanto, sob a vice-presidência de João Assunção, não
abandonaram os cargos sem antes liquidarem o futuro mandato da AEISEL: em
Setembro de 2014, o Bar do Estudante deixou de ser explorado pela associação,
tendo esta facultado a concessão por 7 anos à Neurónio
Teórico de
Paulo Dinis,
com uma renda contratual muito abaixo das receitas conseguidas enquanto a AE
fazia a exploração do bar. Ou seja, o bar do estudante passou a ser
concessionado pela Neurónio Teórico, que por sua vez está concessionada à
AEISEL. Já no novo mandato da associação de estudantes, a sua direcção foi
questionada pela presidência do ISEL no que toca ao prazo de arrendamento: A
presidência não aceita prazos de concessões superiores ao seu mandato, ou seja,
4 anos e, como tal, teriam de ser acordadas novas datas. Assim foi, e a
concessão do sub-concessionamento do bar do estudante passou a vigorar por 3
anos + 1.
No entanto, desta vez à
sombra de uma nova cara e uma nova reputação. Desta vez, Bernardo Barbosa,
vice-presidente da JSD de Loures, é o rosto de quem não quer dar a cara por
todos estes contratos, por todo este historial e pelas razões que os levam a
querer, de novo, regressar à AEISEL. A par disso, o ISELeaks sabe que João Calado, docente no ISEL e candidato derrotado por Elmano Margato na corrida àpresidência do ISEL, conta com o apoio de Bernardo Barbosa que, estando naAEISEL, espera assegurar a eleição do camarada do PSD de Loures.
Com o aproximar da nova época
de eleições para a Associação de Estudantes, João Assunção parece estar de
volta ao ISEL. Segundo um outro denunciante, tem sido visto a “falar com as
funcionárias da AEISEL”, Joana Rangel e Maria João, ao que parece para obter
informações sigilosas do foro bancário, fiscal e administrativo da Associação
de Estudantes. Tem também,
alegadamente, entrado em contacto com os
devedores da AEISEL , nomeadamente com
Paulo Dinis da Neurónio Teórico. Segundo a mesma fonte, a Neurónio Teórico
deve à Associação e ao ISEL montantes acima dos 20.000,00€ e tem atrasado os
seus pagamentos, empurrando a Associação para uma situação delicada em termos
financeiros.
Este contrato está a
comprometer seriamente os encargos que a AEISEL tem para com os seus credores,
como a dívida ao IPDJ - no valor de cerca de 80 mil euros, que está em execução
com uma renda mensal, depois da direcção de Hugo
Campos de Carvalho e João Asunção ter deixado funções.
O ISELeaks sabe que a
AEISEL está em sério risco de incumprimento, o que pode levar a acções como
penhoras, ou mesmo o bloqueamento das contas bancárias.
A carteira de contactos de
João Assunção estende-se até aos advogados que deveriam representar e defender
a AEISEL - segundo a mesma fonte, consta que Assunção tem ligações pessoais à
firma Barreiros&Associados, uma das
firmas de advocacia mais caras do país e com quem assinou um avultado contrato de prestação de serviços
enquanto era ainda dirigente da AEISEL. No entanto, o ISELeaks não conseguiu
averiguar esta situação.
Os contactos realizados e a
carteira de personalidades ao dispôr de João Assunção, tal como Hugo Carvalho,
levam a crer que pretende pôr agora em prática a tentativa de retomar mais
uma vez o controlo da AEISEL, directa, ou indirectamente.
A par desta aspirante a AE
com uma aparente cara lavada, temos a presença do professor João Calado, militante do PSD de Loures, que nas últimas eleições para o ISEL,
já havia concorrido contra o presidente cessante Elmano Margato e que agora
surge como possivel candidado, de mãos dadas com a alternativa que Hugo Campos
de Carvalho, João Assunção, Frederico Saraiva e Bernardo Barbosa querem
apresentar. Este último, Bernardo Barbosa, vice-presidente da JSD de Loures, é o
rosto de quem não quer dar a cara por todos estes contratos, por todo este
historial e pelas razões que os levam a querer, de novo, regressar à AEISEL.
Estes presentes envenenados
foram deixados para o que podemos chamar de um “mandato de transição”– os
movimentos de declarações de Ricardo Brites, militante da JCP, anteviam uma AEISEL irresponsável e sem capacidade para lidar com burocracias. A tomada
de posse foi excessivamente demorada - sem esquecer a suspeita demora na
entrega das passwords da AEISEL, sem que houvesse a mínima reclamação por parte
de Ricardo Brites: antevia-se já todo o laxismo presente no seu mandato. Para
Ricardo Brites, era apenas as instituições a funcionarem.
A
começar pela fraca figura que sempre apresentou, o militante da JCP que por
acaso também era Presidente da AEISEL, pautou todo o seu mandato pela promoção
da organização partidária que representa: desde panfletos para manifestações,
aos buzinões à porta do ISEL, a Associação de estudantes esteve, durante um
ano, governada pela Juventude Comunista Portuguesa. Se bem que pareceu durante
muito tempo que na AEISEL havia um “consenso de esquerda” no seio da direcção,
depressa o ISELeaks recebia informação das divisões entre Ricardo Prista Brites
e João Navarro, o tesoureiro: as constantes assumpções políticas,
manifestamente partidarístas, tomadas publicamente sem o aval, ou sequer do
conhecimento, dos restantes membros, tornaram inevitável a ruptura que se
mostra cada vez mais insanável no seio da AEISEL.
Segundo uma fonte a que o
ISELeaks teve acesso, Ricardo Brites promovia-se “orgulhosamente só, actuando quase isolado na promoção de
manifestações, na pintura de grafittis, na alienação do material da Associação,
entre outros meios de propaganda comunista”.
A mesma fonte, assegura também, que o
Presidente Ricardo Brites, chegou a boicotar acções preparadas pelos restantes
membros da sua direcção, com vista a promover o emprego e estágios
profissionais em “empresas multinacionais”.
Até na subscrição como membro
da Federação Académica do IPL, a FAIPL, houve discórdia: ainda que a maioria
dos membros dos órgãos sociais estivessem de acordo na entrada para essa
federação - que tem como objectivo ser representativa dos estudantes do IPL -,
Ricardo Brites insurgiu-se com um argumento curioso, mas não estranho. Para o Presidente, subscrever à Federação Académica do IPL era
compactuar com um “modelo semelhante ao da união Europeia”.
Finalmente, a relação com a
Presidência do ISEL: para Ricardo Brites, a hostilidade foi sempre a
única linguagem que conheceu para dialogar e lidar com os membros da
Presidência do ISEL e as suas decisões. Segundo fonte próxima da AEISEL,
secundarizou o bem-estar dos estudantes, para hostilizar o órgão de governo do
ISEL, causando um “mal-estar entre os colegas dirigentes que sempre defenderam
que [a relação com o ISEL] deveria ser assente numa base de diálogo na
construção de uma relação de trabalho com vista ao beneficio de todos os
estudantes do ISEL”.
A mesma fonte, indica que
muita da hostilidade proveniente de Ricardo Brites teve em vista legitimar
fretes políticos à Juventude Comunista, a quem presta vassalagem, segundo a
mesma fonte, dando o exemplo da organização do buzinão por mais salas de
estudo, tendo-o realizado mesmo com o manifesto desacordo com os seus pares. O
ainda Presidente da AEISEL, pautou todo o seu mandato pela procura insanável de
servir-se do estatuto da Presidente da AEISEL, por forma a obter benefícios
partidários, tanto na JCP, como no PCP. Certo é que o pequeno vassalo apenas
conseguiu uma coisa: tornar unânime o seu descrédito e de toda a comunidade do
ISEL.
O presidente da AEISEL, nunca
o foi e terminará o seu mandato em breve com um mandato vazio de conteúdo, ou
de conquistas, mas cheio de críticas. Este
mandato, previsivel por muitos, não passou de um ano de transição – um período
de pausa fatal, até aos retorno dos lobos que antes a dominavam.
outros artigos relacionados desta edição:
OPINIÃO - Amnésia e outras demências - resposta a Hugo Campos de Carvalho, ex-presidente da AEISEL
OPINIÃO - Dom Quixote não morreu - o conto do ISEL - Dom Quadrado, escudeiro Calado e os seus vassalos laranjas
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