A Estudantina
Académica do
ISEL cedeu uma entrevista ao ISELeaks. A uma só voz, falam sobre as
tradições, o passado,
o futuro e as
políticas do ISEL.
Acham que fazer parte da tuna é uma tradição que
está a decair? Se sim, porquê?
R: É uma boa pergunta
esta e que vai ter diferentes respostas dependendo
a quem se pergunta, a meu ver não se pode afirmar
com 100% de certeza que o seja pois enquanto
existem tunas com défice de entrada de novos membros
outras nos últimos 2 anos tiveram uma enchente
e agora apresentam-se com cerca 50 elementos ou
mais. Também temos de ter em conta que nesta altura
as tunas encontram-se em fase de renovação pois os
membros mais antigos, que acompanhavam as tunas
a que pertenciam à anos, por motivos laborais (mudam
de zona de trabalho, emigram, horários mais apertados)
ou familiares (casamento ou paternidade) estão
a começar a sair ou a aparecer menos, há também
o facto de entrarem menos alunos para as universidades
que diminui o leque de recrutamento, mas acho
que a melhor resposta a esta pergunta é que depende
de tuna para tuna e como se adaptam às dificuldades
de hoje em dia e à mentalidade das novas gerações.
Qual o papel que as tunas têm na vida académica
hoje em dia? Consideram importante na integração
de novos alunos?
R: Devido ao facto sermos, a nível
geral, grupos com o maior número de elementos e
que representam diferentes cursos penso que temos
um papel relevante, mas lá está é uma questão que
varia em cada tuna pois falando por exemplo a nível
político das faculdades algumas tunas envolvem-se
bastante outras distanciam-se ao máximo. Quanto a
integração dos novos alunos sim sentimos que temos
uma importância um pouco elevada pois, devido a
estarmos representados em quase todos os cursos e
as festas de recepção aos caloiros e por muitos mais
motivos, somos muitas das vezes o primeiro contacto
que eles têm com a nova etapa que eles estão a iniciar.
Como caracterizas o espírito da Estudantina? E
a relação entre os vários membros da tuna?
R: O
espírito da Estudantina é o de um grupo muito unido,
que tenta dar oportunidade a todas as pessoas que
se queiram juntar a nós, tentamos ajudar e desenvolver
as capacidades menos boas e potencializar ao
máximo as boas de cada um, pode parecer um pouco
pretensioso mas gostamos de nos afirmar como formadores
de Homens que conseguem pensar por eles,
executar bem as suas tarefas e que saibam debater-se
por aquilo que acreditam mas sempre respeitando o
próximo. Quanto à relação entre os nossos membros,
tem muito a haver a primeira parte desta pergunta,
mas devido a alguns não serem de Lisboa mas de
diferentes pontos de Portugal, a diferenças culturais
e políticas a melhor maneira de nos descrever é dizer
que somos uma FAMÍLIA.
Qual a imagem que têm passado do ISEL, quando
o representam em concursos ou festivais de tunas?
R: A imagem que temos passado do ISEL é de
uma entidade de prestígio que nos forma a muitos
níveis, pessoalmente, intelectualmente, civicamente
e que apesar de nem tudo ser um mar de rosas nos
ensina a usar aquilo que por vezes não agrada a muita
gente mas que é das armas mais poderosas que
temos o nosso cérebro, a pensar e a arranjar soluções
para os problemas que nos surgem. Tentamos seguir
à risca estas palavras escritas há 22 anos pelos nossos
fundadores e assim honrar não só o nome da Estudantina,
como o do ISEL:
“Aqui estamos a trovar com fidalguia,
Vamos para o mundo para honrar
Engenharia”
Uma pergunta mais pessoal: Porque é que aderiste
à tuna?
R: No meu caso para além de gostar imenso
deste mundo, trata-se também de uma questão familiar
que sempre foi ligada muito à música, isto somado
ao facto de o meu avô paterno ter fundado uma tuna
popular numa aldeia de Trás-os-Montes, que uma prima
minha também pertenceu durante uns tempos e
que a minha irmã pertenceu a uma tuna 12 anos passou
a ser uma questão quase natural, aliás a seguir a
inscrever-me no ISEL fui logo saber como podia entrar
para a Estudantina.
Como é sabido, o interesse dos alunos pelos assuntos
mais “políticos” do ISEL é pouco. Sendo a
tuna um motivo de orgulho na nossa comunidade
estudantil, sentem a responsabilidade de serem
o exemplo a seguir, no que toca à cidadania?
R:
Sobre esse aspecto é uma realidade que me entristece
um pouco pois dizer mal muitos dizem mas quando
existem RGA’s ou eleições assobiam todos para
o lado e é melhor ir para casa para o facebook do
que enfrentar os problemas que temos e fazer alguma
coisa para melhorarmos algo que também é nosso,
às vezes faz bem chatearmo-nos e dar um murro na
mesa para as coisas seguirem o caminho correto e
não deixar que outros decidam por nós. Com isto tudo
quero dizer que sim, sentimos essa responsabilidade
e quando formamos novos Estudantinos tentamos
transmitir isso mesmo.
Um comentário relativamente à atual situação do
ISEL.
R: Como o país encontra-se numa situação
delicada, devido a más gestões anteriores, mas que
a actual está a tentar resolver e a melhorar a posição
em que nos encontramos, agora não se pode esperar
que tudo fique bem do dia para a noite, pelo menos
sinto que a actual direcção se encontra nos lugares
que ocupam para servir o ISEL e não para se servir do
mesmo o que já é uma melhoria significativa.
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