quinta-feira, 28 de maio de 2015

ENTREVISTA: Estudantina Académica do ISEL

A Estudantina Académica do ISEL cedeu uma entrevista ao ISELeaks. A uma só voz, falam sobre as tradições, o passado, o futuro e as políticas do ISEL.

Acham que fazer parte da tuna é uma tradição que está a decair? Se sim, porquê? 
R: É uma boa pergunta esta e que vai ter diferentes respostas dependendo a quem se pergunta, a meu ver não se pode afirmar com 100% de certeza que o seja pois enquanto existem tunas com défice de entrada de novos membros outras nos últimos 2 anos tiveram uma enchente e agora apresentam-se com cerca 50 elementos ou mais. Também temos de ter em conta que nesta altura as tunas encontram-se em fase de renovação pois os membros mais antigos, que acompanhavam as tunas a que pertenciam à anos, por motivos laborais (mudam de zona de trabalho, emigram, horários mais apertados) ou familiares (casamento ou paternidade) estão a começar a sair ou a aparecer menos, há também o facto de entrarem menos alunos para as universidades que diminui o leque de recrutamento, mas acho que a melhor resposta a esta pergunta é que depende de tuna para tuna e como se adaptam às dificuldades de hoje em dia e à mentalidade das novas gerações. 
Qual o papel que as tunas têm na vida académica hoje em dia? Consideram importante na integração de novos alunos?
R: Devido ao facto sermos, a nível geral, grupos com o maior número de elementos e que representam diferentes cursos penso que temos um papel relevante, mas lá está é uma questão que varia em cada tuna pois falando por exemplo a nível político das faculdades algumas tunas envolvem-se bastante outras distanciam-se ao máximo. Quanto a integração dos novos alunos sim sentimos que temos uma importância um pouco elevada pois, devido a estarmos representados em quase todos os cursos e as festas de recepção aos caloiros e por muitos mais motivos, somos muitas das vezes o primeiro contacto que eles têm com a nova etapa que eles estão a iniciar. 

Como caracterizas o espírito da Estudantina? E a relação entre os vários membros da tuna? 
R: O espírito da Estudantina é o de um grupo muito unido, que tenta dar oportunidade a todas as pessoas que se queiram juntar a nós, tentamos ajudar e desenvolver as capacidades menos boas e potencializar ao máximo as boas de cada um, pode parecer um pouco pretensioso mas gostamos de nos afirmar como formadores de Homens que conseguem pensar por eles, executar bem as suas tarefas e que saibam debater-se por aquilo que acreditam mas sempre respeitando o próximo. Quanto à relação entre os nossos membros, tem muito a haver a primeira parte desta pergunta, mas devido a alguns não serem de Lisboa mas de diferentes pontos de Portugal, a diferenças culturais e políticas a melhor maneira de nos descrever é dizer que somos uma FAMÍLIA. 

Qual a imagem que têm passado do ISEL, quando o representam em concursos ou festivais de tunas? 
R: A imagem que temos passado do ISEL é de uma entidade de prestígio que nos forma a muitos níveis, pessoalmente, intelectualmente, civicamente e que apesar de nem tudo ser um mar de rosas nos ensina a usar aquilo que por vezes não agrada a muita gente mas que é das armas mais poderosas que temos o nosso cérebro, a pensar e a arranjar soluções para os problemas que nos surgem. Tentamos seguir à risca estas palavras escritas há 22 anos pelos nossos fundadores e assim honrar não só o nome da Estudantina, como o do ISEL: 
“Aqui estamos a trovar com fidalguia,
 Vamos para o mundo para honrar Engenharia” 

Uma pergunta mais pessoal: Porque é que aderiste à tuna?
R: No meu caso para além de gostar imenso deste mundo, trata-se também de uma questão familiar que sempre foi ligada muito à música, isto somado ao facto de o meu avô paterno ter fundado uma tuna popular numa aldeia de Trás-os-Montes, que uma prima minha também pertenceu durante uns tempos e que a minha irmã pertenceu a uma tuna 12 anos passou a ser uma questão quase natural, aliás a seguir a inscrever-me no ISEL fui logo saber como podia entrar para a Estudantina. 

Como é sabido, o interesse dos alunos pelos assuntos mais “políticos” do ISEL é pouco. Sendo a tuna um motivo de orgulho na nossa comunidade estudantil, sentem a responsabilidade de serem o exemplo a seguir, no que toca à cidadania? 
R: Sobre esse aspecto é uma realidade que me entristece um pouco pois dizer mal muitos dizem mas quando existem RGA’s ou eleições assobiam todos para o lado e é melhor ir para casa para o facebook do que enfrentar os problemas que temos e fazer alguma coisa para melhorarmos algo que também é nosso, às vezes faz bem chatearmo-nos e dar um murro na mesa para as coisas seguirem o caminho correto e não deixar que outros decidam por nós. Com isto tudo quero dizer que sim, sentimos essa responsabilidade e quando formamos novos Estudantinos tentamos transmitir isso mesmo. 

Um comentário relativamente à atual situação do ISEL. 
R: Como o país encontra-se numa situação delicada, devido a más gestões anteriores, mas que a actual está a tentar resolver e a melhorar a posição em que nos encontramos, agora não se pode esperar que tudo fique bem do dia para a noite, pelo menos sinto que a actual direcção se encontra nos lugares que ocupam para servir o ISEL e não para se servir do mesmo o que já é uma melhoria significativa.

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