quinta-feira, 28 de maio de 2015

EDITORIAL: Medos e Mitos

À semelhança de Black Annis - criatura malévola da mitologia anglo-saxónica -, que ao deparar-se com crianças, matava-as e usava a sua pele como cinto e que, como é habitual, era usada como corrector de mau comportamento das crianças; sentimo-nos francamente honrados, de ver o nome do jornal que fundámos no caminho para a mitologia ISELiana. Ora, consta que após iniciados os procedimentos disciplinares a figuras distintas do ISEL - retratadas em edições anteriores -, existe, neste momento, um claro medo de pronunciar um nome e, pior, de estar (ou parecer estar) de algum modo relacionado com esse: ISELeaks. 

Pois bem, depois de tantas acusações de parcialidade nos artigos, depois de tantas acusações sobre a falta de isenção e da existência deste jornal como uma ferramenta política de uma pessoa, eis que temos a instituição a funcionar e a valorizar aquilo que tantos, tão tendenciosamente, desvalorizaram e quiseram que fosse desvalorizado. Não é uma vitória - vitória é ter as instituições a funcionarem bem, limpas. A par disto, vemos uma clara tentativa de afastamento por parte da direcção, com quem tentámos cooperar sempre que pudémos. Sim, tentámos. Ao que parece, o Professor Doutor Helmano Margato, apesar de ser eleito por estudantes, funcionários e docentes, não recebe alunos na sua distinta qualidade de Presidente do ISEL. Compreendo: afinal, um General só dialoga com oficiais ou superiores. 

Mas para felicidade daquelas que nos detestam - que, entre outros, nos acusavam de nunca criticarmos a direcção -, há mais: o medo do que os outros pensam, levou esta direcção a bloquear o processo de doação de um micro-ondas, que aguarda há quase 4 meses pela sua concretização. Tudo isto, porque estaria relacionado com o ISELeaks. Do mesmo modo, uma entrevista preparada para a direcção, foi igualmente bloqueada, porque “há demasiadas pessoas a pensar que a direcção tem alguma coisa a ver com o vosso jornal”. Onde é que está a coragem, que levou estes homens e mulheres assumirem cargos numa instituição arrasada, para enfrentarem aquilo que os outros dizem ou pensam? Resta saber se o objectivo é governar para o povo, ou para os barões. 

Gostaríamos ainda de de referir, a importância do contributo que todos podem ter para o Espaço Partilha. Este movimento carece urgentemente da ajuda de todos : quer em roupa, quer em alimentos, ou senhas de refeição. Numa altura em que se apregoa a melhoria das condições de estudo nas salas de aula, das cantinas e da importância das manifestações, há quem não consiga estudar porque precisa de comer. Há quem não viva de partidarismos e de promessas pré-eleitorais esquecidas : Há quem não coma para estudar; e há quem não estude, para comer.

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